Encontrada "bolha" espacial que pode revelar matéria escura.

A "bolha" tem o dobro do tamanho da Via-Láctea, e a energia que emite é equivalente à de 2 bilhões de sóis. A despeito disso, é invisível.

MUNIQUE, ALEMANHA - O telescópio VTL, do Observatório Europeu Sul (ESO)< mantido por consórcio de nações européias no Chile, descobriu uma grande " bolha" primordial, a mais de 10 bilhões de anos-luz de distância. A hipótese mais provável para dar conta da existência e das propriedades dessa "bolha" é que ela representa o estágio inicial da formação de uma galáxia, quando gás é atraído por uma grande massa de matéria escura.

Astrônomos já descobriram outras dessas "bolhas", objetos que quase não emitem luz e têm tamanho maior que a Via-Láctea. A natureza exata dessas estruturas ainda não está clara, e várias hipóteses foram oferecidas para explicá-las. A nova "bolha", a 11,6 bilhões de anos-luz, é vista da Terra como era quando o Universo tinha apenas 2 bilhões de anos, ou 15% da idade atual.

Com diâmetro de 200.000 anos-luz, a "bolha" tem o dobro do tamanho ad Via-Láctea, e a energia que emite é equivalente à de 2 bilhões de sóis. A despeito disso, o objeto é invisível em imagens feitas por vários telescópios, e numa faixa que vai do infravermelho aos raios-X, o que é, segundo astrônomos, muito peculiar.

Segundo Kim Nilsson, do ESO, "somos levados à conclusão de que a emissão observada vem de gás primordial caindo num amontoado de matéria escura. Podemos, portanto, estar vendo a construção de uma grande galáxia".