Hubble encontra evidência de mais um novo planeta.

A melhor explicação para os dados é a presença de um planeta, ainda não observado, com até 20 vezes a massa de Júpiter.

HST/NASA
A estrela Beta Pictoris, coberta por uma máscara negra, permitindo que apareçam os discos de poeira ao seu redor. O disco principal é horizontal e o secundário, mais fraco, aparece inclinado, junto à borda da máscara

WASHINGTON - O Telescópio Espacial Hubble revelou dois discos de poeira orbitando a estrela Beta Pictoris. As imagens confirmam anos de especulações dando conta de que uma distorção no disco de poeira principal na verdade representava um segundo disco, inclinado, que sugere a presença de pelo menos um planeta, das proporções de Júpiter, ao redor da estrela.

O disco é difícil de detectar porque suas partículas acabam ofuscadas pelo brilho da estrela. Para vê-lo, os astrônomos usaram o coronógrafo da Câmera Avançada de Pesquisa, que bloqueia a luz de Beta Pictoris. As imagens mostram um disco secundário, inclinado cerca de 4º em relação ao principal. Esse segundo disco é visível a uma distância de até 36 bilhões de quilômetros da estrela, e provavelmente se estende mais além. A descoberta é relatada na edição de junho do Astronomical Journal.

A melhor explicação para os dados é que um planeta, ainda não observado, com até 20 vezes a massa de Júpiter, esteja usando sua gravidade para roubar material do disco principal.

Modelos de computador mostram como um disco secundário poderia se formar: um planeta, numa órbita inclinada, atrai pequenos corpos de rocha ou gelo, chamados planetesimais, do disco principal, e transfere esse material para uma órbita diferente. Esses planetesimais então se chocam entre si, produzindo o disco de detritos.