Vingança.

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por uma longa estrada. Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido. Verificaram e descobriram um homem caído, que estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próximo ao coração.

O homem tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.

Com muita dificuldade, mestre e discípulo carregaram o homem para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento.

Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca. Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.

Disposto a partir, o homem disse ao sábio:

- Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.

O mestre olhou fixo para o homem e disse:

- Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo lhe informar de que você me deve três mil moedas de ouro como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.

O homem ficou assustado e disse:

- Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!

- Se não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?

O homem ficou confuso e o mestre concluiu:

- Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas ruins que lhe aconteçam nesta vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu.

Tudo é uma escolha! Faça a sua!