Astrônomos explicam a sujeira no espaço entre as estrelas.
Supernovas expandem-se e dissipam-se no espaço muito rapidamente, e por isso os cientistas precisam de telescópios extremamente sensíveis para estudá-las.
WASHINGTON - Explosões gigantescas de estrelas superpesadas são "fábricas de sujeira" desde que a primeira geração de estrelas se formou, vários milhões de anos após o Big Bang, de acordo com um estudo publicado no Science Express, serviço online que antecipa trabalhos de destaque que sairão na revista Science.
A equipe de cientistas apontou seus telescópios para a supernova 2003gd, que explodiu na galáxia NGC 628, a 30 milhões de anos-luz da Terra. A luz de 2003gd chegou à Terra, pela primeira vez, em 17 de março de 2003. Na intensidade máxima, o clarão pôde ser visto num telescópio amador. Várias supernovas são descobertas a cada ano, mas esta ganhou destaque por estar relativamente próxima e porque pôde ser seguida pelo Telescópio Espacial Spitzer.
O astrofísico Doug Welch, um dos 17 cientistas envolvidos no estudo, diz que essa supernova é a "prova cabal". "As partículas de poeira de carbono e silício da explosão supernova tornam possíveis as muitas gerações de estrelas de grande massa e todos os elementos pesados que produzem. Esses são os elementos que compõem a maior parte de que existe ao nosso redor na Terra, incluindo você e eu".
A produção de poeira espacial requer elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio, os únicos existentes após o Big Bang. Uma vez que a poeira tenha se formado, as estrelas passam a surgir de forma mais rápida e eficiente. Até agora, a eficiência e velocidade das supernovas como fábricas de poeira eram desconhecidas.
"Finalmente demonstramos que as supernovas podem ter sido grandes fontes da poeira presente nos primórdios do Universo", disse outro astrônomo ligado ao estudo, Ben Sugerman. "Até agora, a evidência disponível parecia apontar na direção contrária".
Supernovas expandem-se e dissipam-se no espaço muito rapidamente, e por isso os cientistas precisam de telescópios extremamente sensíveis para estudá-las, mesmo que se tenham passado poucos meses da explosão inicial. A poeira não começa a se formar antes de dois anos após a explosão.