A alma sensível das plantas.
Elas sentem, elas sabem. Ficam nervosas, tensas, desmaiam ou florescem de alegria e felicidade, se tratadas com amor. Adoram música. Reagem ao pânico. Adivinham males que lhes vão fazer os homens.
O avanço da ciência provou a sensibilidade das plantas em experiências de laboratório. Com aparelhos precisos, cientistas deram-se o maravilhoso ofício de aprender, compreender e se comunicar com os vegetais. Vão descobrir um dia que as plantas sabem mais de nós que nós delas. Os primeiros astronautas foram botânicos. As plantas, elas sim, vieram à Terra para conhecer e contar para Deus. A rosa veio de Vênus.
Fico pensando na grandeza do silêncio das plantas, por séculos e séculos compreendendo a agitação daquele bicho bípede à sua volta, o ser humano, bicho falante, bicho brigador, ansioso e rápido, capaz de amá-las tanto quanto as destruir, igualzinho e como faz consigo mesmo.
No dia em que se esclarecer a sintonia planta-homem (e se a sabedoria popular consagrou a expressão ‘‘fulano é um seca-pimenteira’’, a intuição andou uma vez mais na frente da ciência), a vida na Terra ganhará novas e espantosas possibilidades de alimentação, felicidade, harmonia, remédios, energia e conhecimento. E o galho de arruda que a mesma sabedoria popular fez colocar na orelha? E as ervas? E as crendices perdidas no tempo associadas às plantas? E o mistério de beleza e sabedoria oferecidos ao homem como prova de amor através das flores?
Por que será que o ser humano sente-se tão bem na natureza? Sente e não discute, não pensa, não cogita. Sente e consome. Curte e vai embora. Que complô secreto ou sortilégio misterioso destilam fluidos capazes de recompor psiquismos, cicatrizar cansaços, ver renascerem relações profundas consigo mesmo em pacificadora harmonia cósmica, quando estamos entre as palavras ou árvores?
Por quê? Eu sei. É porque as plantas conseguem o que o homem não consegue: elas nos compreendem...