Nova teoria explica origem de lua de Netuno.
SANTA CRUZ, EUA - A maior lua de Netuno, Tritão, pode ter abandonado um parceiro anterior para chegar a sua órbita atual. Tritão é único entre todas as grandes luas do Sistema Solar, porque orbita Netuno na direção oposta à da rotação do planeta - a chamada órbita retrógrada. É improvável que o astro tenha se forma do nessa configuração.
Na edição desta quinta-feira da revista Nature, os cientistas Craig Agnor, da Universidade da Califórnia, e Douglas Hamilton, da Universidade de Maryland, descrevem um novo modelo para a captura de satélites planetários, envolvendo uma interação gravitacional entre três corpos. Segundo esse cenário, Tritão era, originalmente, membro de um sistema de dois corpos em órbita do Sol. Uma aproximação fez com que a força gravitacional de Netuno capturasse Tritão de seu parceiro original.
Com propriedades semelhantes às do planeta Plutão e uma massa 40% maior, Tritão tem uma órbita inclinada que fica entre as órbitas de um grupo de pequenas luas interiores, que gira na direção normal, e de um outro grupo de luas externas, que são algumas normais e outras, retrógradas.
Há outras luas retrógradas no Sistema Solar, incluindo as pequenas luas exteriores de Júpiter e Saturno, mas todas são minúsculas em comparação com Tritão.
Tritão pode ter começado em um sistema parecido com o formado por Plutão e sua lua Caronte. Como diz Agnor, "não é que Caronte orbite Plutão, mas ambos giram em torno de um centro de massa comum, que fica entre os dois objetos".
Em um encontro com um planeta gigante como Netuno, um sistema assim poderia ter sido desmanchado pelas forças gravitacionais.