Riqueza não tornou britânicos mais felizes, diz pesquisa

 
Britânicos se sentiam mais felizes no pós-guerra, indica pesqusia
Apesar de três vezes mais ricos do que nos anos 50, os britânicos são hoje menos felizes do que eram naquela época, indica uma pesquisa de opinião encomendada pela BBC.

A proporção de pessoas entrevistadas que disseram ser "muito felizes" caiu de 52%, em 1957, para 36% atualmente, de acordo com o levantamento feito pelo instituto GfK NOP.

Outras pesquisas feitas na década de 50 mostram que havia mais felicidade na Grã-Bretanha do pós-guerra do que na atual, sugerindo que o aumento da riqueza não tornou os britânicos mais satisfeitos com a própria vida.

A experiência britânica parece repetir a de outros países desenvolvidos, que, apesar de terem tido grandes aumentos de riqueza, têm registrado níveis de felicidade praticamente inalterados nos últimos 50 anos.

Nos Estados Unidos, cientistas sociais observaram uma queda gradativa nos níveis de satisfação em relação à vida nos últimos 25 anos.

A pesquisa sugere que depois que a renda média anual atinge o patamar mínimo de 10 mil libras por ano (cerca R$ 38 mil), mais dinheiro não torna um país mais feliz.

Amigos e saúde

A maioria dos entrevistados, 48%, disse que os relacionamentos são o fator mais importante para a sua felicidade. Em segundo lugar, ficou a saúde, com 24%.

Apesar de a maioria reconhecer a importância dos relacionamentos no seu bem-estar, apenas um pequeno número dos entrevistados disse falar com os seus amigos próximos toda semana.

De acordo com a pesquisa, seis em cada dez entrevistados falam com cinco amigos ou menos por semana. Cerca de 20% dos consultados conversam com apenas um dois amigos.

Apenas 77 entre 1001 pessoas disseram que a satisfação no trabalho era uma das suas principais fontes de felicidade.

O estado civil também parece ser um fator determinante na percepção de felicidade das pessoas, com os casados aparentemente mais satisfeitos. Cerca de metade dos entrevistados que eram casados disseram ser "muito felizes" enquanto apenas um quarto dos solteiros se considera assim.

Papel do governo

Os entrevistadores também perguntaram às pessoas se o principal objetivo dos governos deveria ser tornar o país mais feliz ou mais rico e a resposta foi surpreendente: 81% disseram que a felicidade deveria ser a meta, contra 13% que disseram ser mais importante privilegiar a riqueza.

Em relação ao papel das escolas, 52% concordaram com a proposição de que mais ênfase deveria ser colocada em ensinar os alunos a ter uma vida feliz e não em educá-los para o ambiente de trabalho. Outros 43% discordaram.

Quando pediram aos entrevistados para avaliar se a vizinhança onde moravam era mais ou menos "amigável" do que dez anos atrás, 43% disseram que as pessoas a seu redor eram menos amigáveis; apenas 22% afirmaram estar cercadas de pessoas mais amigáveis.

Pesquisas feitas no mundo inteiro indicam que a maioria das pessoas se considera razoavelmente felizes ou muito felizes. Apenas 8% disseram que eram bastante infelizes ou muito infelizes.