Inaugurado nos EUA telescópio para busca de ETs.
Este telescópio é o primeiro a se dedicar exclusivamente ao projeto SETI.
BOSTON, EUA - Um novo telescópio, instalado num observatório nos arredores de Boston, será uma ferramenta fundamental na busca por inteligência extraterrestre, tentando detectar sinais de luz emitidos por civilizações de outras partes da galáxia.
O telescópio, inaugurado nesta terça-feira em Oak Ridge, 60 km a oeste de Boston, é o primeiro a se dedicar exclusivamente ao projeto conhecido como SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre).
Em atividade há 22 anos, a SETI se vale principalmente de radiotelescópios para tentar detectar sinais de rádio emitidos por inteligências de fora da Terra. Embora alguns cientistas considerem com ceticismo a abordagem óptica, a equipe que usará o equipamento de Oak Ridge acredita que alguns extraterrestres podem se comunicar utilizando feixes de raio laser em vez de ondas de rádio.
"Se fosse apostar, eu diria que o rádio dará resultados antes da luz", disse Paul Horowitz, que chefia o projeto SETI na Universidade Harvard. "Mas já usamos rádio há 20 anos, e não exploramos muito com a luz".
Pesquisadores começaram a usar telescópios ópticos na SETI em 1988. Até hoje, tinham de compartilhar o tempo de uso do aparelho com cientistas envolvidos em outros projetos. O novo telescópio vasculhará os céus exclusivamente para a SETI.
Estudantes da Universidade de Harvard analisarão os dados do telescópio, em busca de padrões de luz que possam indicar uma origem artificial.
Os telescópios ópticos mais antigos não eram adequados para o rastreamento amplo dos céus que será realizado pelo novo aparelho. O telescópio inaugurado nesta terça-feira tem um espelho de 72 polegadas, ou mais de 180 centímetros, o maior da parte leste dos Estados Unidos.
O telescópio foi comprado com uma doação de US$ 350.000 feita pela Planetary Society, uma ONG internacional de apoio às pesquisas espaciais.
O astrônomo Ben Zuckerman, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, tem dúvidas sobre a eficiência da busca óptica. Ele pondera que a poeira que flutua no espaço absorve muito da luz que vem dos rincões mais distantes do universo, ao contrário das ondas de rádio. Outra objeção de Zuckerman tem a ver com meteorologia: os céus de Massachusetts têm nuvens demais para permitir uma observação contínua do céu.