Astrônomos descobrem anel azul em Urano.

Astrônomos descobrem anel azul em Urano
 
Os cientistas querem voltar a observar os anéis no ano que vem
Astrônomos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, descobriram que um dos anéis do planeta Urano é azul – semelhante a um outro que existe em torno de Saturno.

Os cientistas, que publicaram as suas descobertas na revista Science, acreditam que forças que atuam sobre a poeira deixam partículas pequenas flutuarem, enquanto as maiores são atraídas pela lua do planeta.

Essas partículas menores refletem luz azul, o que explicaria a tonalidade do anel.

Os únicos anéis azuis conhecidos no Sistema Solar estão em torno de Saturno e Urano, os outros anéis conhecidos, ao redor de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, têm uma aparência avermelhada.

Há muito se sabia que o planeta Urano é cercado por anéis de partículas de matéria negra. Em dezembro, dois novos anéis, o décimo segundo e o décimo terceiro, foram descobertos pelo telescópio espacial Hubble.

Astrônomos observaram os anéis também com o telescópio infra-vermelho Keck, no Havaí.

Lua gelada

No entanto, o anel mais exterior e a lua gelada Mab não podiam ser observados pelo telescópio infra-vermelho.

A explicação é que os anéis tinham uma cor azul brilhante, algo raro no caso de planetas.

"A cor azul indica que este anel é predominantemente formado por materiais de tamanho inferior a um mícron, muito menor do que o material visto em outros anéis", afirmou o professor Imke de Pater, que liderou o grupo de cientistas.

As partículas microscópicas, menores do que um milésimo da largura de um fio de cabelo humano, refletem a luz azul da mesma forma que as moléculas do ar ao redor da terra que fazem o céu azul.

O trabalho foi feito em colaboração com Mark Showalter, do programa Busca por Vida Extra-Terrestre (Seti, na sigla em inglês); Heidi Hammel, do Instituto de Ciência Espacial; e Seran Gibbard, do Instituto Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia.

Os cientistas pretendem continuar as observações no ano que vem, quando os tênues anéis de Urano devem ficar mais visíveis.