Cometas nascem de fogo e gelo, indica missão da Nasa.

Partícula de cometa (imagem Nasa)
Imagens de partículas de cometa foram reveladas no mês passado
Os cometas nascem de fogo e também de gelo, segundo mostram os primeiros resultados da missão Stardust da Nasa.

Em janeiro, uma cápsula de recolhimento de amostras da Stardust aterrissou no Estado americano de Utah, levando mais de um milhão de pequenos grãos de cometas.

Os cientistas descobriram que alguns desses grãos contêm materiais formados a temperaturas extremamente altas.

Esta revelação é uma surpresa. Os cometas são formados em regiões periféricas e geladas do sistema solar e nunca foram expostos a tal calor extremo.

O Sol e os planetas começaram a se formar a partir de uma nuvem gasosa há 4,6 bilhões de anos. Ela consistia de uma região interna quente e de outra gelada na qual o gelo conseguia sobreviver.

Movimento

Os minerais de alta temperatura encontrados nas amostras do Stardust podem ter sido formadas na parte interna, onde as temperaturas passavam dos 1.000 graus Celsius.

Mas algo teria então os levado para a região mais fria, em uma zona de formação de cometas conhecida como Cinturão de Kuiper.

“Esses são os minerais mais quentes encontrados no lugar mais frio, na “Sibéria” do sistema solar”, disse Donald Brownlee, cientista-chefe da missão Stardust.

Os minerais de alta temperatura descobertos nas amostras do Stardust não são algo fora do comum.

Eles parecem ser abundantes, tendo sido encontrados em cerca de um em cada quatro partículas examinadas até agora.

Um desses minerais encontrados é conhecido como forsterita, já havia sido encontrado anteriormente em um cometa. Ele derrete a 2.000 graus Celsius e condensa a 1.127 graus.

Mas outros minerais encontrados nas amostras do Stardust são semelhantes às chamadas inclusões ricas em cálcio e alumínio (conhecidas por sua sigla em inglês, CAI), que são formadas em temperaturas ainda mais altas.