Severidade para connosco e para com os outros.

PARA COM OS NOSSOS FILHOS:

Quando nos tornamos Pais, temos a obrigação de fazer sentir a nossos filhos que estamos presentes, que nos importamos, que os respeitamos, e mesmo que para nós possa parecer que alguém quer tomar posições ou decisões que poderão não ser as mais acertadas, devemos aconselhar sem querer conduzir, porque respeitar é isso mesmo e ainda mais... e porque cada um de nós é um ser único que precisa de aprender, e para que tal possa acontecer, terá de dar os seus próprios passos, e se ao fim de algum tempo esses passos se revelam como não tendo sido os melhores, a nossa presença será fundamental assim como todo o nosso apoio e amor, o simples facto de mostrarmos que estamos presentes e que conseguimos resistir à tentação de dizer “ vês, eu bem te disse!” e em seu lugar abrirmos os nossos braços oferecendo os nossos ombros e em silêncio mostrarmos todo o nosso amor... Porque amar é tudo isso e muito mais…

E porque todos nós somos seres com capacidade de amar, bastando para tal abrirmos o nosso coração a esse sentimento imaculado, mas, para conseguir amar também é preciso aprender e para aprender é preciso querer.


PARA CONNOSCO E PARA COM QUEM NOS RODEIA:

Que ninguém tenha a pretensão de querer ser perfeito, porque neste mundo não existem seres perfeitos, mas sim seres que anseiam ascender à perfeição e para tal é preciso estar apto a aprender, e só quem é de natureza humilde com facilidade admite de que de nada sabe, e enquanto viver terá sempre algo a aprender.

Uma das lições mais importantes que todos deveríamos de aprender, e que se torna uma das lições mais fundamentais desta vida é aprendermos a estar bem connosco próprios, e para isso é necessário aprender a identificar as causas de não nos sentirmos bem connosco próprios, e se sabemos o que nos torna pessoas frias e incompletas com a vida que levamos, devemos então encetar uma cruzada na cura dessa ferida ou feridas. De nada adiantará tentar mudar os que nos rodeiam para que nos possamos sentir melhor connosco, porque mesmo que os outros mudem, as causas estão em nós, e não indo directamente ao núcleo onde se encontra semeada a ferida tudo se manterá inalterável, porque por muito que os outros mudem, a nossos olhos eles estarão sempre iguais. Esquecer o que nos faz sofrer só poderá ser conseguido depois de se compreender que só nos mudando mudaremos o que nos rodeia. E se por qualquer razão teimamos que os outros é que têm a obrigação de mudar, então sujeitamo-nos a ver aqueles que mais amamos a afastarem-se, e em vez de nos tornamos seres que amam e são amados, tornamo-nos tão somente e simplesmente em solitários, com o tempo seremos obrigados a moldar-nos porque não existe maior tristeza do que a tristeza do abandono, e nem sempre o abandono se apresenta como físico, mas pode acontecer apresentar-se como abandono de coração. Fisicamente presente de afeição ausente.

Sintoma causado àqueles a quem teimamos negar o seu poder de decisão, pela dor da incompreensão, quando teimamos em fazer vingar as nossas ideias recusando e negando que somos todos iguais, tememos mostrar o nosso amor e escondemo-lo por detrás de atitudes que o contradizem, quando agimos assim, provocamos nos outros um sentimento de não aceitação, fazendo-os sentirem-se como se eles não fossem uma parte de nós, e no entanto, sabemos que eles são o nosso complemento. Estas atitudes não se justificam quando amamos. Aprendamos esta lição ainda durante esta vida, para que ela não passe em vão. Preenchamos o vazio das nossas feridas com amor, só o amor conseguirá amolecer a nossa dor e frieza curando-a desde a raiz e fazendo-nos rejuvenescer interiormente, a partir do momento em que olharmos para o passado e constatarmos que o passado não mais será remexido e trazido para o presente, só então será passado esquecido e vencido e não mais faremos dele presente mantido, porque cada dia deve ser vivido a seu tempo.

Não devemos querer fazer do passado presente por mais que ele esteja presente em nossa mente, não será justo para nós, nem para os outros. Igualmente não devemos querer antecipar o futuro porque ele virá a seu tempo, e se teimamos em viver num emaranhado de acontecimentos e sentimentos onde se confunde passado, presente e futuro, então, não estaremos a viver mas a desperdiçar toda a nossa vida e todas as vidas que nos rodeiam. Mais vale de uma vez por todas concluirmos de que não sabemos viver, e de que urgentemente precisamos aprender a viver, para que possamos parar de desperdiçar vidas em vão.

Viver um dia de cada vez, porque tudo tem o seu tempo; viver um dia de cada vez, para que possamos realmente viver de verdade.

Não precisamos pensar muito para sabermos que na generalidade poucos são os que sabem viver, não queiramos continuar a fazer parte desse elevado numero, mas sim fazer parte dos poucos que conseguem fazer a diferença e operam mudanças. Em tempos também esses viveram vidas frias e cruas e hoje admitem que a partir do momento em que procuraram mudar e o conseguiram, tudo à sua volta mudou, sabemos que usam como metáfora a mudança exterior, porque nada do que é exterior a nós pode mudar, o que muda na verdade somos nós, interiormente, e a partir dessa mudança interior passamos a ver com outros olhos tudo o que é exterior a nós, e não tenhamos ilusões, mudar é possível, mas para mudar é preciso querer, querer verdadeiramente. E querer verdadeiramente não é desistindo logo que nos deparamos com a primeira dificuldade, mas pacientemente aguardando pela mudança evidenciando todos os esforços para ultrapassar todas as dificuldades e obstáculos, e só o sentimento do verdadeiro e puro amor nos poderá levar a querer mudar, e antes de o sentirmos pelos outros devemos aprender a senti-lo por nós, e antes disso devemos deixá-lo entrar no interior mais profundo de nosso coração e sem medo deixar que nos preencha.

Preenchendo-nos de amor reforçaremos a nossa fé e esperança, sejamos persistentes e pacientes e a mudança ocorrerá.

Que o amanhã nos permita esboçar um sorriso, mantendo no pensamento a esperança e a fé, apesar de na vida nem tudo ser um mar de rosas, existem acontecimentos bons e maus, mas devemos de pensar e aceitar tudo como bom, porque na realidade seja bom ou mau é sempre uma oportunidade para crescermos e só com verdadeira aprendizagem cresceremos evolutivamente, e não nos esqueçamos de que os espinhos também fazem parte das rosas e não é por eles lá estarem que elas se tornam menos belas...

Amanhã será um novo dia, uma nova oportunidade para nos tornarmos seres mais receptivos à vida daqueles que nos rodeiam, sem esquecer que o nosso coração preenchido de verdadeiro amor será o nosso passe de entrada... caberá a cada um de nós saber aproveitar!

Esta mensagem é uma mensagem de Amor e de Esperança, construída com verdadeiro sentimento, espero que possam tirar dela como leitura o mesmo proveito que eu tirei ao escrevê-la. Não será o mesmo que procurar um tesouro deixando-se guiar por um mapa antigo, mas se vos conseguir fazer pelo menos reflectir um pouco, já terá sido quase tão maravilhoso quanto grandioso se mostra um arco-íris após a passagem de um vendaval.

Não se esqueçam, caso fiquem desiludidos, de que afinal, já não existem mais mapas de tesouro por achar, e se um tesouro queremos descobrir, melhor será o interior de nosso coração bem vasculhar.

Nunca se sabe o que se poderá encontrar...