Reunião nos EUA discute combate a pandemia de gripe.
Para os EUA, o planeta está "despreparado" ou "insuficientemente preparado" para lidar com a ameaça
Washington - Autoridades de saúde e responsáveis por organizações internacionais analisaram hoje medidas para atenuar os efeitos de um surto infeccioso de gripe aviária em escala mundial. Segundo as autoridades sanitárias dos Estados Unidos, o planeta está "despreparado" ou "insuficientemente preparado" para lidar com essa ameaça.
A reunião da Aliança Internacional contra a Gripe Aviária e Pandêmica, da qual participam, na sede do Departamento de Estado, representantes de mais de 80 países, reflete a preocupação dos EUA com a possibilidade de um surto em larga escala. Espera-se ainda que o presidente George W. Bush se reúna com representantes do setor farmacêutico que produzem vacinas para exigir um aumento na produção.
De todas as doenças que poderiam causar, no futuro imediato, uma pandemia similar à que aconteceu em 1918 com a gripe espanhola, a mais temida pelos cientistas é a gripe aviária. Embora seja difícil avaliar o impacto econômico de uma pandemia de gripe aviária, as autoridades calculam que poderia chegar a dezenas de bilhões de dólares.
Pascal Imperato, uma das autoridades mundiais nos vírus da gripe e antigo responsável médico pela cidade de Nova York, disse hoje à emissora CNN que o que mais preocupa a comunidade científica e as autoridades é a virulência da gripe aviária.
"O que elevou a preocupação é o fato de que se estendeu muito rapidamente através das povoações de aves da Ásia. Mas isso, em si mesmo, não significa que possa adquirir a capacidade de ser transmitida de pessoa para pessoa", observou Imperato.
Segundo ele, embora o vírus só se transmita "de aves a humanos" e não exista prova definitiva de que no passado os vírus da gripe aviária tenham passado de pessoa para pessoa, ninguém sabe com toda certeza o que pode ocorrer no futuro.