Mãe passa estresse ao bebê na gravidez, diz estudo.

Bebê
Hormônios atravessam a placenta e têm influência a longo prazo
Um novo estudo afirma que crianças cujas mães sofreram de estresse durante a gravidez têm mais probabilidade de sofrer de ansiedade.

Os cientistas da Universidade de Bristol afirmam que hormônios produzidos em decorrência de estresse podem atravessar a placenta e trazer implicações de longo prazo sobre o bebê.

Os pesquisadores encontraram altos níveis de cortisol em crianças de 10 anos de idade cujas mães tiveram muita ansiedade nos meses finais da gravidez.

A descoberta, divulgada na publicação Biological Psychiatry, está de acordo com estudos feitos anteriormente em animais.

O psicólogo americano Thomas O Connor, da Universidade de Rochester em Nova York, estudou 74 crianças de 10 anos em colaboração com a Universidade de Bristol e o Imperial College de Londres.

Saliva

Eles analisaram amostras de saliva de manhã cedo, em três dias consecutivos de aulas na escola, para monitorar o nível de hormônios produzidos pelo estresse.

As mães dessas crianças haviam completado questionários dez anos antes, enquanto estavam grávidas, sobre eventual estresse ou ansiedade que sofreram durante os meses de gestação.

Os pesquisadores compararam as informações dos questionários com os resultados dos testes de saliva.

Aquelas crianças que apresentaram altos níveis de cortisol eram, na maior parte, nascidas de mulheres que afirmaram ter se estressado durante a gravidez.

O Connor disse que estes resultados oferecem a maior prova até hoje de que o estresse pré-natal está associado a impacto de longo prazo na produção de hormônios ligados à ansiedade.

Vários estudos com crianças e adultos sugerem que elevados níveis de base de cortisol estão associados a riscos psicológicos, como depressão e ansiedade, observou.

Segundo ele, as descobertas poderiam levar a mecanismos que ajudariam a prever distúrbios psicológico a partir dos níveis de estresse pré-natal.