Peixes amazônicos viajam até 5,5 mil km para desovar.
A piramutaba e a dourada saem do litoral paraense para desovar em Iquitos, no Peru. É a maior viagem conhecida de um peixe de água doce
Parintins - As fêmeas da piramutaba e da dourada realizam a maior viagem conhecida de um peixe de água doce no mundo. Saem da foz do rio Amazonas, no litoral paraense para desovar e nadam 5.500 quilômetros até a cidade de Iquitos, no Peru. A viagem demora até seis meses, mas as larvas desovadas percorrem o caminho de volta em no máximo 20 dias, carregadas pela correnteza. Os dados são do estudo "Grande Bagres Migradores", realizado pelo Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea/Ibama).
Os resultados do estudo serão divulgados para as comunidades ribeirinhas por meio de cartilhas e de seminários. O objetivo é fazer com que a comunidade conheça melhor o ciclo de vida das espécies, que são as principais fontes de renda dos pescadores locais. Cerca de 30 mil toneladas dessas duas espécies são comercializadas por ano na região.
O estudo do PróVárzea financiou a revisão da instrução normativa publicada em junho de 2004, válida por dois anos, e que regula a pesca da piramutaba no estuário do rio Amazonas. O PróVárzea está promovendo o seminário Políticas Públicas para a Calha do Solimões/Amazonas, em Parintins. Trata-se de um subprograma do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e executado com verba da cooperação internacional. As informações são da Agência Brasil.