Com medo de montanha-russa, mulher comanda Discovery.

Eileen Collins, a astronauta que confessa ter medo de montanha-russa, comanda nesta terça-feira a missão do Discovery, convencida de que o ônibus espacial é "o mais seguro da história".

Nasa
Eileen Collins, 48, comanda ônibus espacial Discovery
Eileen Collins, 48, comanda ônibus espacial Discovery
Collins, 48, é uma mulher magra, de atitudes suaves e vontade de ferro, dizem seus companheiros, e que conseguiu o status de heroína no corpo de elite da Nasa.

Mãe de duas crianças de nove e quatro anos, a "mulher foguete", como foi batizada pela revista "Irish American", cresceu em Elmira, uma cidade de cerca de 30 mil habitantes, ao norte de Nova York.

Seu pai, carteiro, e sua mãe, secretária, se separaram quando ela tinha nove anos. Collins e seus três irmãos tiveram de viver uma infância de grandes apertos econômicos, aliviados pela ajuda do governo.

Desses anos em Elmira, Collins diz se lembrar de sua paixão pela série "Jornada nas Estrelas" e pelas proezas do capitão Kirk, além de seu interesse pelos livros de aviação. No entanto, desde pequena sonhava em se transformar em professora de ciências.

Por causa disso, decidiu se formar em matemática no Corning Community College, perto de casa. Durante esses anos, nada indicava a carreira excepcional que a esperava no futuro.

Seus professores em Corning lembram dela como uma boa aluna, mas não como alguém fora do comum. Depois de Corning, Collins foi à universidade de Syracuse, onde continuou melhorando seus conhecimentos matemáticos e econômicos.

Garçonete

Reuters/Rick Wilking
Eileen acumula no currículo mais de 537 horas no espaço
Eileen acumula no currículo mais de 537 horas no espaço
Durante seu último ano em Syracuse, em 1978, houve um acontecimento que mudou o rumo da hoje comandante do Discovery: as Forças Aéreas decidiram abrir as portas às mulheres para treinar pilotos. Collins estava a seis meses de sair da universidade e pediu seu ingresso no programa rapidamente.

Começou a trabalhar como garçonete em uma pizzaria para pagar as aulas de vôo e se preparar para a prova do Exército. A partir desse momento, viu sua carreira de piloto decolar. Foi primeiro a Oklahoma e depois à Califórnia em uma trajetória meteórica, paralela a uma pós-graduação na universidade de Stanford e outra em gestão de sistemas espaciais na universidade Webster.

Em 1989, após dois anos na Academia das Forças Aéreas, Collins conquistou a fama de boa piloto. Participou, por exemplo, da invasão dos EUA à ilha de Granada. Em 1990, passou em primeiro lugar no teste para se tornar astronauta e concluiu o programa com seu destino selado: o de se transformar na primeira mulher que pilotaria e, depois, comandaria uma nave espacial.

Seu marido, Pat Youngs, segue as vicissitudes de sua esposa entre a resignação e o orgulho. Ele também é piloto, mas da companhia aérea Delta Airlines.

Com agências internacionais