Desbravador alerta para derretimento do Monte Everest.

JOHANESBURGO - O aquecimento global está derretendo o Monte Everest, ameaçando o meio ambiente e os moradores da região. O alerta foi feito nesta segunda-feira pelo primeiro homem a escalar o maior pico do mundo, como parte de um pedido às Nações Unidas para que façam algo sobre o problema.

Sir Edmund Hillary, que chegou ao topo com o sherpa Tenzing Norgay em 1953, disse apoiar pedidos feitos por grupos de ambientalistas, como o do Amigos da Terra à Unesco para que inclua a montanha em sua lista de locais ameaçados.

"O aquecimento do ambiente dos Himalaias aumentou notavelmente nos últimos 60 anos", afirmou Hillary em um comunicado divulgado no momento em que o Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco se reúne em Durban, na África do Sul.

"Isso causou várias e graves enchentes dos lagos glaciais e muitos danos ao meio ambiente e aos moradores locais", acrescentou ele. "Drenar esses lagos antes que eles se tornem perigosos é a única maneira de evitar desastres."

O comitê da Unesco vai analisar na terça-feira petições de três grandes grupos ambientais sobre locais que, segundo eles, devem ser considerados "em perigo", forçando os governos a fazer algo para protegê-los.

Assim como o Parque Nacional do Everest, no Nepal, os ambientalistas dizem que as geleiras do Parque Nacional do Huascaran, nos Andes peruanos, estão derretendo rapidamente, enquanto a barreira de Coral de Belize está ameaçada devido ao aumento de temperatura do mar, que está matando os corais.

Peter Roderick, do grupo Programa de Justiça Climática, disse que a Convenção sobre Patroimônio Mundial pede que todas as nações deixem intactos, para futuras gerações, os locais classificados como "em perigo".

Se os três locais forem adicionados à lista, então a Unesco poderia se mobilizar rapidamente na abordagem do problema, pressionando os governos a mudar suas políticas, afirmou Roderick.

- Todos esses locais estão países em desenvolvimento que pouco fizeram para que o problema ocorresse, em primeiro lugar - disse ele. - Nós temos que enfocar na causa do problema, mesmo que isso signifique diminuir a emissão de gases tóxicos.