Assessor de Bush que teria alterado relatórios se demite.
Um assessor da Casa Branca acusado de modificar relatórios oficiais sobre o aquecimento climático pediu demissão neste sábado.
Philip Cooney, um ex-lobbista da indústria petrolífera, tem sido acusado de mudar ou acrescentar palavras usadas nos documentos a fim de minimizar a relação entre a emissão de gases e o aquecimento global. Cooney, que é graduado em Direito e não tem formação científica, era o chefe de gabinete do Conselho de Qualidade do Meio-Ambiente do presidente George W. Bush. A Casa Branca afirmou que Cooney decidiu passar mais tempo com sua família e que a demissão não tem nada a ver com a divulgação pela mídia das supostas alterações dos documentos. Promoção de políticas Segundo o jornal The New York Times, que primeiro divulgou as acusações, Cooney fez dezenas de mudanças em estudos divulgados em 2002 e 2003, e várias das modificações acabaram sendo incluídas em relatórios preparados pelo governo Bush sobre sua política ambiental. Por exemplo, ele teria acrescentado palavras como “significativas” e “fundamentais” à frente do substantivo “incertezas” e tendia a colocar em dúvida conclusões amplamente aceitas pela comunidade científica. Quando as acusações foram divulgadas, o governo americano negou que Cooney tivesse tentado minimizar um fenômeno que é aceito pela maioria dos cientistas. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que as mudanças feitas por Cooney fazem parte de um processo normal de revisão de documentos baseados em conhecimentos científicos da mais alta qualidade. O Conselho de Qualidade do Meio-Ambiente tem a função de ajudar a elaborar e promover as políticas ambientais do governo americano. O governo Bush tem questionado com freqüência a necessidade de tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas. Os Estados Unidos se recusaram a ratificar o Protocolo de Kyoto, que visa cutar as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa. |