Cientistas propõem nova forma de calcular idade humana.

Eles dizem que o importante não é quantos anos já se viveu, mas quantos restam por viver

Londres - Um grupo de cientistas internacionais propôs uma nova maneira de calcular a idade humana, que sugere que o importante não é quantos anos já se viveu, mas quantos restam por viver.

Segundo a pesquisa de especialistas do Instituto Demográfico de Viena (Áustria) e da Universidade de Nova York em Stony Brook (EUA), publicada pela revista britânica Nature, esse novo método refletiria mais claramente o fenômeno geral de que muitas das pessoas que estão se aposentando continuam se sentindo tão vigorosas e fortes como os adultos em idade produtiva do século passado.

"Normalmente discutimos a idade de envelhecimento só com base em anos vividos. Esta aproximação é incompleta e pode ser muito tendenciosa. É essencial que expandamos nosso conhecimento, considerando os anos que restam ainda a viver", declarou Sergei Scherbov, do Instituto Demográfico de Viena.

O novo método utiliza o período entre 2000 e 2001 como referência. Dessa maneira, se um homem de 30 anos em 2000 tem 50 anos de expectativa por viver, e se um homem de 40 anos em 2050 também tem mais 50 anos de vida por desfrutar, então esse homem de 40 anos em 2050 terá uma idade padronizada de 30.

"As pessoas de uma mesma idade padronizada compartilham de uma mesma expectativa de vida, ou seja, os anos que lhes restam por viver", declararam os autores na pesquisa, relatada pelo periódico Daily Telegraph.

Rejuvenescendo

Segundo o novo método, as populações modernas "estão rejuvenescendo", enquanto aumenta cada vez mais a idade média de expectativa de vida.

"Utilizando esse novo método de medição, a idade média das pessoas pode rejuvenescer, no sentido de que ele ou ela pode ter mais anos de vida à medida em que passam os anos", declarou Warren Sanderson, da Universidade de Nova York em Stony Brook.

Tanto Sanderson como Scherbov, que analisaram casos no Japão, Alemanha e Estados Unidos, argumentaram que, conseqüentemente, os idosos do futuro "não se comportarão como os idosos de hoje".

No entanto, os pesquisadores declararam que, vinculando a idade de aposentadoria com a nova idade proposta, "poderia se difundir a chamada ´bomba de tempo´, ao aumentar a idade de aposentadoria".

"Sem estes novos métodos de cálculo, seria impossível determinar políticas apropriadas para a nova idade de envelhecimento das nossas sociedades modernas", declarou o doutor Sergei Scherbov, do Instituto Demográfico de Viena.

Ansa