Atlas da ONU mostra destruição ambiental, em imagens de satélites.

GENEBRA - Uma impressionante série de fotografias feitas a partir de um satélite da Nasa revelam a amplitude dos danos causados pelo homem na geografia do planeta. As imagens fazem parte de um atlas publicado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O "Atlas de Nosso Meio Ambiente em Mutação" foi lançado em virtude da Jornada Mundial do Meio Ambiente, promovida pelo programa, e compara várias regiões do mundo, mostrando imagens das mesmas localidades feitas há vários anos ao lado de fotos mais recentes.

Ao comparar fotos de 1979 e de 2000, é possível observar o surgimento de uma impressionante península de 25 quilômetros de comprimento na foz do Rio Amarelo, na China, formada por causa dos processos de erosão e desmatamento da floresta do seu entorno.

O atlas também mostra o encolhimento da capa de gelo do Pólo Norte e das montanhas dos Alpes, do Himalaia e dos Andes, por causa do aquecimento global.

Na Amazônia, entre 1975 e 2000, uma grande mancha de selva verde aparece em branco, resultado de 25 anos de desmatamento. Também são impactantes as imagens das cataratas do Iguaçu, na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Boa parte das florestas que rodeavam a região desapareçam.

A expansão das cidades também mostra efeitos devastadores nos arredores de capitais, como a Cidade do México, onde a população aumentou de nove milhões para 20 milhões em trinta anos. A geografia de todos os pequenos morros e colinas ao redor mudou completamente. Fotos impressionantes da evolução de Pequim nos últimos 20 anos também são mostradas no livro. Cidades do estado americano do Texas, separadas por um deserto em 1977, acabaram se juntando e em 2000 aparecem como uma grande massa luminosa, onde vivem milhões de pessoas.