Cientistas descobrem como bactérias resistem a antibióticos.

Segundo cientistas, descoberta explica como muitas doenças se tornam resistentes a determinados antibióticos

Washington - Cientistas venezuelanos e americanos descobriram como as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science. Os cientistas do Colégio de Medicina Albert Einstein, em Nova York, e do Instituto Venezuelano de Pesquisas, em Caracas, disseram que sua descoberta explica como muitas doenças causadas por micróbios se tornam rapidamente resistentes aos antibióticos conhecidos como fluoroquinolones.

"Nosso estudo mostra que este importante mecanismo bacteriano é responsável pela rápida propagação da resistência aos fluoroquinolones, que torna cada vez mais difícil proporcionar um bom tratamento aos pacientes", disse John Blanchard, diretor de bioquímica do Colégio de Medicina Albert Einstein.

Os fluoroquinolones, um tipo de antibiótico que inclui o ciproflaxacin, são usados contra a tuberculose e interferem na capacidade da bactéria de se reproduzir. Especificamente, esses antibióticos atacam uma enzima chamada "DNA girase", que ajuda o DNA bacteriano a se duplicar durante a multiplicação. No entanto, a doença se tornou cada vez mais resistente aos fluoroquinolones e, até algum tempo atrás, essa resistência vinha integralmente das mutações na "DNA girase", que impedia o antibiótico de agir contra a enzima e o DNA.

Agora, segundo os cientistas, a bactéria da tuberculose começou a resistir aos antibióticos de uma nova forma, que também é desenvolvida por outros micróbios. Após estudar a estrutura de uma proteína da tuberculose, chamada MfpA, os pesquisadores descobriram que a mesma contém dobras que imitam o DNA. Dessa forma, em vez de submeter-se ao DNA, e assim ficar na mira dos fluoroquinolones, a "DNA girase" se adere ao DNA imitado, o que inutiliza a tarefa dos antibióticos.

Os cientistas disseram que também há proteínas parecidas com a MfpA em doenças como a gastrenterite e nas salmonelas que causam disenteria.

EFE