Câncer pode levar a problemas cognitivos, diz pesquisa.

Quimioterapia pode ser um dos motivos dos problemas
Sobreviventes de câncer podem sofrer risco de desenvolver problemas como a perda de memória e dificuldade de aprendizagem, segundo uma pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia.

O estudo concluiu que aqueles que se submeteram a tratamento para câncer têm duas vezes mais chances de desenvolver problemas nas funções cognitivas do que quem nunca se submeteu a tratamento.

Os pesquisadores disseram que é possível que os danos causados pela quimioterapia sejam responsáveis pelo problema, mas eles ressaltam que o estudo está em fase inicial e são necessárias mais pesquisas para identificar as causas.

O estudo foi publicado na publicação do Instituto Nacional do Câncer.

Longo prazo

A possibilidade de que o câncer e seu tratamento estejam ligados a disfunções cognitivas já foi levantada em outras pesquisas, mas esta é a primeira vez que os efeitos são estudados por longo prazo.

A pesquisa acompanhou 702 pessoas que tiveram câncer e seus irmãos gêmeos, que não desenvolveram a doença.

Cerca de 15% dos ex-pacientes de câncer demonstraram problemas cognitivos, enquanto apenas 9% dos irmãos gêmeos desses pacientes desenvolveram os mesmos problemas.

Os cientistas disseram que, com o resultado, abre-se a possibilidade de que os problemas cognitivos se tornem piores com a idade.

Eles argumentam que a comparação entre os ex-pacientes de câncer e seus gêmeos saudáveis mostra que as disfunções cognitivas não podem ser atribuídas apenas ao processo de envelhecimento.

O estudo, no entanto, não sugere nenhuma causa específica para o desenvolvimento dos problemas cognitivos nos ex-pacientes de câncer.

Os pesquisadores dizem ser possível que a quimioterapia ou outros tratamentos de câncer causem problemas a longo prazo, mas eles afirmam que os problemas podiam existir já antes do tratamento.

Eles também lembram que fatores como o consumo de álcool e um estilo de vida sedentário, que aumentam o risco de câncer, também aumentam o risco de desenvolvimento de problemas nas funções cognitivas.

Eles planejam agora uma nova pesquisa, acompanhando sobreviventes de câncer que se submeteram a diferentes tratamentos.