Lhamas podem ser a chave para novas terapias.

Llama
Llamas produzem anticorpos mais simples que os humanos
As lhamas podem apontar o caminho para uma nova terapia médica: a dos tratamentos com anticorpos.

Segundo cientistas de uma equipe belgo-canadense, os animais produzem anticorpos que poderiam ser usados para o tratamento de doenças como o Mal de Alzheimer.

Os cientistas do Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá e da empresa belga Ablynx afirmam que os "nanocorpos" são menores e mais estáveis que os anticorpos humanos e podem ser a base de tratamentos mais baratos e eficientes.

Os anticorpos são complexas moléculas de proteínas que atacam substâncias "estrangeiras" (antígenos) no corpo.

Estágio inicial

Várias equipes de cientistas em todo o mundo estão investigando os potenciais benefícios de terapias com anticorpos.

Especialistas, no entanto, afirmam que essas pesquisas ainda estão em estágio muito inicial.

Os anticorpos das lhamas são mais um tipo em estudo.

Os pesquisadores afirmam que os animais da família dos camelídeos, como as lhamas, produzem um tipo de anticorpo muito mais simples que o humano.

Por conta disso, dizem os pesquisadores, é mais fácil separar um pequeno fragmento para que seja usado em um tratamento terapêutico.

Os pesquisadores afirmam que o tamanho do nanocorpo - mais que dez vezes menor que um anticorpo humano - significa que ele pode penetrar tecidos de maneira mais eficiente.

Além disso, eles teriam maior estabilidade que os anticorpos humanos, já que as lhamas vivem em condições extremas.

Nas experiências, os animais recebem antígenos para estimular a produção dos anticorpos.

Os pesquisadores podem então identificar quais anticorpos combinam com quais antígenos. Esses anticorpos então são cultivados em alto número em laboratório.

A Ablynx trambém está investigando outros nanocorpos.

Os cientistas da empresa já conseguiram identificar - em laboratório - nanocorpos que se encaixam na proteína responsável pelos depósitos no cérebro dos pacientes do Mal de Alzheimer.

Segundo o diretor de desenvolvimento de negócios da companhia, Simon Kerry, o próximo passo é realizar testes em animais para avaliar os potenciais benefícios da terapia.

"Nós esperamos conseguir mostrar que é possível suspender o processo da formação dos depósitos", completou.