FDA investiga cegueira entre usuários de remédios contra impotência.

CHICAGO - A gigante farmacêutica Pfizer reconheceu nesta sexta-feira a ocorrência de casos raros de cegueira em homens que usam o remédio contra impotência Viagra e disse que, nos Estados Unidos, está em negociações para mudar informações na embalagem da droga. As suspeitas estão sendo avaliadas pela FDA (Food and Drug Administration), agência do governo americano que controla a liberação de remédios, alimentos e procedimentos médicos.

Depois do anúncio da Pfizer, a FDA confirmou que tem conhecimento de 38 casos de cegueira entre usuários de Viagra, quatro entre usuários do Cialis, comercializado pela Eli Lilly & Co, e um entre os que recorreram ao Levritra, parceria da Bayer com a GlaxoSmithKline e um terceiro concorrente no mercado das drogas para a disfunção erétil.

Relatos de cegueira em usuários de Viagra já haviam vindo à tona antes, e a Pfizer - maior fabricante de remédios do mundo - enfatizou que não há prova de que o quadro seja provocado pela pílula azul.

- Estamos em discussão com a FDA para atualizar a linguagem (no rótulo) para refletir esses raros eventos oculares - disse o porta-voz Daniel Watts.

Pessoas com problemas cardíacos e diabetes parecem mais propensos ao quadro, que tem o nome técnico de neuropatia ótica isquêmica não arterítica, conhecida pela sigla em Naion. A doença leva à redução drástica da visão e pode evoluir para cegueira. Diabetes e problemas do coração, por sua vez, podem levar o paciente a precisar de remédios para disfunção erétil.

O Viagra, lançado em 1998, gerou US$ 1,68 bilhão em vendas em 2004. Estima-se que 23 milhões de homens já tenham usado a droga.

As ações da Pfizer caíram 2,9% (para US$ 28,07) na abertura do pregão na Bolsa de Valores de Nova York. As ações da Eli Lilly & Co e do laboratório que o desenvolveu o Cialis, o Icos, também caíram após o anúncio. Ações da GlaxoSmithKline subiram. Nos EUA, o direito de comercialização do Levitra, que era da Bayer, foi comprado pela Schering-Plough.