Cientistas dizem ter imagem de planeta fora do Sistema Solar.

Novas imagens feitas de um objeto a 225 anos-luz confirmam que se trata de um planeta gigante, dizem astrônomos

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Representação artística do planeta extrasolar 2M1207b na órbita de uma estrela anã marrom, a 225 anos-luz da Terra. O sistema foi descoberto em abril de 2004, mas os cientistas só conseguiram confirmar que um dos objetos era mesmo um planeta em abril de 2005.

Los Angeles, EUA - Novas imagens feitas de um objeto com cinco vezes a massa de Júpiter confirmam que se trata de um planeta gigante, orbitando de perto uma estrela distante da Terra, informa uma equipe internacional de astrônomos. O grupo, de americanos e europeus, diz que esta é a primeira vez que se produz a observação direta de um planeta fora do Sistema Solar, alegação que já foi feita anteriormente por outros cientistas.

A equipe notou o planeta pela primeira vez no ano passado, como uma mancha tênue de luz vermelha circulando uma anã marrom - ou estrela fracassada - a 225 anos-luz da Terra, perto da constelação de Hidra. Na época, os cientistas supuseram tratar-se de um planeta, Masa visaram que a hipótese ainda precisava ser confirmada.

A descoberta lançou um debate sobre se o objeto era realmente um planeta ou uma estrela aparecendo ao fundo. Desde meados dos anos 90, cientistas já descobriram mais de 130 planetas fora do Sistema Solar, mas sempre por meios indiretos. Observá-los é uma tarefa difícil.

Imagens mais refinadas, tiradas neste ano pelo Very Large Telescope no norte do Chile, mostraram dois objetos separados mas unidos pela gravidade, afirma Gael Chauvin, astrônomo do Observatório Europeu Sul, que comanda a equipe.

"Nossas novas imagens mostram de forma convincente que aquilo é mesmo um planeta, o primeiro planeta que já foi visto fora de nosso Sisteam Solar", diz declaração de Chauvin. Os astrônomos estimaram a massa do objeto, batizado 2M1207b, medindo seu brilho, e descobriram que ele tem cinco vezes a massa de Júpiter e orbita a anã marrom - um astro que não chegou a iniciar a reação de fusão nuclear que faz brilhar estrelas como o Sol - conhecida como 2M1207A a uma distância de duas vezes a que separa o Sol do planeta Netuno.

Lynne Hillenbrand, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, disse que a descoberta é "intrigante", mas alertou contra chamar o objeto de planeta. "A alegação de que um corpo é um planeta depende da definição de planeta, e há opiniões divergentes quanto a isso".

Em meses recentes, diferentes grupos de astrônomos publicaram alegações sobre a observação direta de planetas fora do Sistema Solar. No início do mês, cientistas alemães divulgaram uma fotografia que, segundo disseram, mostrava o primeiro planeta extra-solar já visto. Mas a comunidade científica discorda quanto à foto, com alguns astrônomos dizendo que ela pode ser de uma anã marrom.