Astrônomos obtêm imagem de novo planeta em órbita de um astro similar ao Sol.

NOVA YORK - Astrônomos produziram o que eles afirmam poder ser a primeira imagem direta de um planeta em órbita de um astro similar ao Sol. Mas o estudo provocou um intenso debate sobre se a massa do objeto foi calculada de maneira exata o suficiente para que seja considerado um planeta.

O centro do debate é um objeto de cor avermelhado que parece orbitar a GQ Lup, uma estrela muito nova, localizada a 450 anos-luz da Terra, na constelação de Lupus. O astro se distinguiu dos outros planetas extra-solares detectados recentemente por estar 20 vezes mais longe de sua estrela do Júpiter está em relação ao Sol. Provavelmente, ele leva 1.200 anos terrestres para completar uma única volta.

A capacidade de ver e dissecar a luz de um objeto distante é um ponto essencial para compreender do que ele é formado, o quão quente é e como se relaciona com os mundos que conhecemos. Mas é realmente o novo objeto um planeta?

Em um estudo para a revista "Astronomy and Astrophysics", publicado na semana passada, a equipe responsável pela descoberta, liderada por Ralph Neuhaeuser da Universidade Jena na Alemanha, calculou que o objeto tem duas vezes mais massa do que Júpiter, mas hesitou em utilizar a palavra "planeta", chamando-o de "companheiro". De acordo com alguns modelos teóricos, o objeto teria massa o suficiente para ser considerado um anão-marrom, que é uma espécie de estrela morta.

Se as estimativas preliminares estiverem corretas, o novo planeta se tornará um marco na saga de rápidas descobertas que fizeram com que os astrônomos classificassem de históricas.

"É o primeiro planeta que brilha em nosso céu em outros sistemas, bem parecido com as primeiras estrelas no anoitecer", afirmou Günther Wuchterl, também da Universidade de Jena.

Na última década, cerca de 150 planetas extra-solares foram detectados indiretamente. Astrônomos têm competido para obter a primeira imagem direta de um deles.

No ano passado, uma equipe do Observatório do Sul da Europa relatou ter detectado um objeto com cinco vezes a massa de Júpiter próximo a um anão-marrom em Hydra, mas ainda não foi confirmado que esteja na órbita da estrela. Os cientistas prometeram publicar novos trabalhos em breve.