Viajando no Olhar de um Ser de Luz.

No mais profundo da meditação, ele surgiu.

Sem que eu notasse, ele se postou à minha frente, ereto, firme e olhou-me no centro dos olhos. Era um ser de luz sereno, correto, pleno, parado na minha frente olhos nos olhos.

Eu vi no centro do seu olhar bilhões de galáxias rodopiando.

Olhos nos olhos, pura serenidade emanando daquele olhar generoso, um raio de amor partiu de sua consciência para o centro de minha consciência e uma comunicação aconteceu.

Parecia que eu mesmo estava dentro de seus olhos rodopiando junto com aqueles bilhões de galáxias. Eu era uma de suas estrelas no vagalhão sideral transbordando de amor, mergulhado na evolução e viajando por entre dimensões.

Aquele ser luminoso, por intermédio daquele olhar silencioso nada falava, mas manifestava tudo. Então, ele interpenetrou-me e percebi que rodopiando naquelas bilhões de galáxias, estávamos todos nós e que uma onda de amor era a causa desse rodopio evolutivo.

Naquele silêncio, vi tudo, senti tudo e nada foi falado. Não era necessário falar, bastava aquele olhar.

Ali postado na minha frente, um ser de luz, pura plenitude silenciosa, puro amor, estava se comunicando no centro interno de minha consciência.

Eu viajei no seu olhar e vi o passado de várias vidas passando na minha frente com a percepção expandida...

Observei acertos e erros passarem na minha frente, ao longo de muitas existências... E aquele olhar me acompanhando...

Perante aquele amor silencioso, senti vergonha... Vergonha de todo o desequilíbrio manifestado no passado e no presente. Ao mesmo tempo, senti uma onda de compaixão que vinha desse ser de luz, que em nenhum instante me julgou, somente olhou serenamente esperando o momento oportuno de um contato.

Então, aquele ser de luz fundiu-se em meu coração. Percebi aquelas bilhões de galáxias rodopiando dentro de mim mesmo. Percebi que aquele ser fazia parte de mim e de todos os seres, que nós éramos um só viajando em conjunto pela evolução, na mesma energia, no mesmo amor do TODO.

Aquele ser de luz viajou internamente comigo e no seu olhar compreendi que o verdadeiro amor é silencioso, calmo, invisível, sereno, porém constante.

Ele viaja com cada um de nós, mesmo que não percebamos a sua ação.

No olhar daquele ser luminoso, percebi a sabedoria de um Buda, o amor de Jesus e a luz de Krishna, todos fundidos em um só olhar.

Assim, tive a certeza de que o ser humano também é filho das estrelas e que a luz estelar já reside em todos nós, nunca fenece, nunca morre; é imortal, é luz eterna, somos nós mesmos!