Astrônomos descobrem galáxias extremamente brilhantes e distantes.

RIO - Cientistas anunciaram nesta quarta-feira duas descobertas consideradas raras para a astronomia. Um grupo americano conseguiu identificar de galáxias que estão entre as mais luminosas do Universo - mas que estavam escondidas sob poeira. Já especialistas europeus anunciaram a descoberta do mais distante objeto massivo já observado - é um gigantesco aglomerado de galáxias, tão antigo que não se esperava que existisse.

Responsável pela primeira descoberta, uma equipe da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, contou que as galáxias que encontraram têm brilho equivalente ao de dez trilhões de sóis. Mas por estarem estão longe e escondidas por uma névoa cósmica, só foram localizadas com a ajuda das lentes infravermelhas altamente sensíveis do telescópio espacial Spitzer da Nasa, a agência espacial americana.

"Estamos vendo galáxias que são essencialmente invisíveis", contou o cientista Dan Weedman, co-autor do estudo sobre as galáxias publicado na edição de hoje da revista "Astrophysical Journal Letters". Segundo Weedman, outras missões já haviam detectado a existência de galáxias similares há 20 anos. No entanto, elas estavam mais perto. "Tivemos de esperar por Spitzer para alcançar longe o suficiente no universo e descobri-las", brincou o especialista.

Os astrônomos ainda não sabem explicar por que as galáxias estão envoltas em tanta poeira celeste. Segundo o especialista, as estrelas são responsáveis por essa espécie de pó celeste. Falta agora descobrir por que as galáxias ficam envoltas nessa névoa.

Outro mistério a ser descoberto é porque essas galáxias brilham tanto. Astrônomos acreditam que elas podem conter uma nova espécie de quasar. Quasares são os objetos mais luminosos do universo, estranhamente envoltos por névoa.

Já os especialistas europeus acharam um aglomerado de galáxias, considerado a estrutura de grande massa mais distante já observada no Universo. A identificação foi feita através da combinação de observações do Grande Telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e do Observatório de Raios-X Newton XMM da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês).

De acordo com um comunicado do ESO, essas galáxias devem ter massa equivalente a milhares de Vias Lácteas e estão localizadas a não menos que 9 bilhões de anos-luz da Terra.

As imagens obtidas pelos astrônomos revelam que o aglomerado possui galáxias vermelhas e de forma elíptica. Os cientistas ressaltaram ainda que a estrutura parece estar em um estado avançado de desenvolvimento, portanto eles acreditam que tenha sido formada quando o Universo tinha menos de um terço de sua idade atual.

A descoberta dessa estrutura complexa e madura foi considerada altamente surpreendente. Até então, um feito como esse, segundo os astrônomos, não era considerado possível.