Chirac teme "sexta onda" de extinção de espécies.

Presidente francês abre conferência mundial sobre biodiversidade com alerta sobre a irreversibilidade da perda de espécies.

Paris - O presidente francês, Jacques Chirac, abriu nesta segunda-feira a conferência da Unesco sobre biodiversidade afirmando que as atuais gerações são as últimas que podem deter o que pode ser a sexta onda de extinção de espécies na Terra.

"Somos as últimas gerações com capacidade de deter a destruição de seres vivos antes de ultrapassarmos o umbral da irreversibilidade, depois do qual o futuro da Terra e da própria humanidade podem estar em perigo", disse ele.

"Em todos os continentes e em todos os oceanos surgem sinais de alerta", lembrou Chirac, advertindo para a "sexta grande onda de extinção desde o surgimento da vida".

A Conferencia Biodiversidade, Ciência e Governabilidade reúne em Paris, até sexta-feira, cerca de 1.200 especialistas e representantes de 30 países para debater os riscos à biodiversidade e ao ambiente no mundo.

O próprio Chirac, em seu discurso de abertura, citou dados sobre as 16 mil espécies conhecidas que estão diretamente ameaçadas de extinção. Ele propôs a criação de uma rede mundial de especialistas sobre biodiversidade, que poderia evoluir para um grupo intergovernamental sobre mudanças climáticas.

Ele sugeriu retomar os planos de ajuda econômica a países em desenvolvimento, para que a geração de renda em atividades sustentáveis substitua a ocupação e a devastação de florestas, e também para que comunidades pobres não sejam exploradas pelo tráfico de animais e plantas.

Chirac lembrou também a necessidade de regras e mecanismos para a proteção do fundo dos oceanos e propôs a criação de um comitê de especialistas independentes para substituir o Convênio sobre a Diversidad Biológica, de 1992, que ele considerou esquecido.