Arqueólogos descobrem estrutura que pode ser do tanque bíblico de Siloé.

JERUSALÉM - A Autoridade de Antiguidades de Israel descobriu em escavações realizadas em Jerusalém um auditório pavimentado e um canal de água, na área onde fontes cristãs situam o lugar onde, segundo a narrativa bíblica, Jesus deu visão a um cego.

O achado permitiu aos investigadores ter uma idéia de como era o Tanque de Siloé há 2 mil anos e sugere que este tipo de construção era usada para imersão ritual, não recreação, como alguns arqueólogos chegaram a sugerir.

A construção do tanque de Siloé, junto à Cidade de Davi, hoje situada ao pé da Cidade Velha de Jerusalém, é mencionada no Segundo Livro de Reis, no Velho testamento e atribuída ao rei Ezequias.

A obra aparece novamente no novo testamento como cenário do local onde Jesus fez enxergar um cego de nascença. O "método" usado é possivelmente um dos mais pitorescos nos milagres bíblicos. Primeiro, segundo o Evangelho de São João, Jesus fez um pouco de lama, cuspindo no chão. Depois, ungiu com a lama os olhos do homem e mandou que ele se lavasse no Tanque de Siloé. "Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo", narra São João (capítulo 9, verso 7).

Nas escavações também foram achadas moedas mais recentes, que datam de meados do século anterior ao nascimento de Jesus. Também já foi desenterrado uma ampla trama de rampas até o lugar, onde um canal estreito leva água através de rochas alaranjadas.

O Tanque de Siloé é objeto de investigação desde o século XIX, e também é mencionado por fontes históricas judaicas como o lugar onde minava água considerada pura o suficiente para uso em rituais.

Acredita-se que, depois da chegada do Islã, o tanque tenha continuado a ser usado para banhos e que se acreditava que tinha poderes de cura.