Astrônomos acham sistema solar parecido ao nosso.

O planeta tem tamanho semelhante ao de Júpiter
Ilustração sobre a nova descoberta
Um grupo de astrônomos de três países descobriu um planeta do tamanho de Júpiter que gira em torno de uma estrela a uma distância semelhante à que Júpiter mantém do sol.

Dos outros cerca de cem sistemas planetários descobertos até agora, este é o que mais se parece com o sistema solar.

Os pesquisadores - dos Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha - especulam que esse sistema pode conter outros tipos de astros, como planetas rochosos menores parecidos com a Terra, seja em órbitas ao redor do sol deles ou ao redor do planeta semalhante a Júpiter.

Vista da Terra, a estrela chamada de HD 70642 é apagada demais para ser percebida a olho nu, mas é facilmente observada com binóculos a partir do hemisfério sul.

Outros mundos

A apenas 95 anos-luz de distância da Terra, o planeta gasoso, banhado pela luz da estrela amarelada está muito perto de nossa galáxia.

Assim como Júpiter, sua atmosfera pode ser colorida e ter padrões de vento e sistemas meteorológicos.

Nuvens vermelho-escuras de metano podem se movimentar rapidamente em sua face debaixo de uma grande altitude congelando cristais brilhantes de amônia.

Em seus pólos, a aurora pode ser brilhante e soltar raios de luz na face noturna do planeta.

O planeta encontrado não é o primeiro parecido com Júpiter a circular ao redor de uma estrela.

Todos os sistemas planetários achados até agora contém gigantes gasosos como Júpiter.

Mas esse "novo" planeta rodeia seu sol a uma distância de 467 milhões de quilômetros.

Cientificamente, não é muito diferente dos 778 milhões de quilômetros que separam Júpiter do sol.

As semalhanças não terminam aí. O movimento de translação - volta completa em torno da estrela - dura seis anos. O de Júpiter, dura 12.

O que mais chama atenção dos cientistas, entretanto, não é o que eles sabem do planeta, mas as suspeitas levantadas em torno do que ainda não pôde ser visto.

Poderia haver outros planetas, menores e rochosos. Mas eles, se existirem, ainda estão além dos nossos padrões de detecção.

Procurando novas Terras

"Este é o caso em que chegamos mais perto de encontrar um planeta típico de sistema solar e faz avançar nossa busca por mundos ainda mais parecidos ao nosso", disse Hugh Jones, da Universidade John Moores, em Liverpool, na Grã-Bretanha, um dos autores da pesquisa.

O planeta foi descoberto com a ajuda de um telescópio construído pelos Estados Unidos e Austrália no estado australiano de Gales do Sul.

A descoberta foi anunciada em uma conferência na França.

Antes da descoberta de novos planetas circulando estrelas, acreditava-se que outros sistemas planetários seriam similares aos nossos - planetas gigantes, mais distantes, e outros rochosos, mais próximos do sol.

Mas a teoria foi revista. Os sistemas planetários são muito mais diversos do que se imaginava.

Os chamados planetas "extra-solares" detectados até agora são gigantes gasosos que normalmente têm órbitas elípticas, o que torna pouco provável a existência de planetas rochosos.

A descoberta de um sistema que guarda uma grande semelhança com o nosso demonstra que a busca astronômica provou estar no caminho certo para encontrar planetas como Júpiter em órbitas como a de Júpiter.

Isso vai estimular astrônomos a desenvolver técnicas e missões espaciais para encontrar planetas menores como a Terra e procurar por sinais de vida neles.

A pesquisa relatada na quinta-feira foi patrocinada pelo Conselho de Pesquisa de Partículas Físicas e Astronomia do Reino Unido (PParc, na sigla original).