Hubble detecta objeto mais distante no universo.

Abell 2218
O novo objeto foi visto em observações de um aglomerado de galáxias conhecido como Abell 2218
O objeto mais longe no universo foi visto por cientistas por meio dos telescópios Hubble e Keck.

A distância é tão grande que, para chegar à Terra agora, a luz vista deve ter sido emitida quando o universo tinha apenas 750 milhões de anos.

Detalhes da descoberta foram revelados por uma equipe de astrofísicos do Instituto de Tecnologia da Califórnia no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Seattle.

Eles enfatizaram que o trabalho mostra mais uma vez as incríveis capacidades do telescópio Hubble e pediram que a Nasa (agência espacial americana) reverta sua decisão de abandonar o telescópio.

Abandono

A Nasa anunciou em janeiro que estava cancelando uma missão do ônibus espacial que seria enviada para realizar reparos e atualizar o equipamento do Hubble, o que significa que o telescópio espacial pode ter apenas mais três anos de vida.

"Nós precisamos do Hubble... nós não poderíamos ter feito essa descoberta sem ele", disse Richard Ellis, envolvido na pesquisa.

"Um dos instrumentos que seria acoplado ao Hubble seria uma nova câmera com luzes infra-vermelhas que seria perfeita para o trabalho que queremos fazer", disse ele. "Muitos de nós esperamos que a decisão de abandonar futuras manutenções do telescópio será repensada devido ao grande potencial científico do Hubble."

O novo objeto foi visto pela primeira vez em uma série de observações de um aglomerado de galáxias conhecido como Abell 2218. Isso foi possível devido a uma câmera que foi anexada ao telescópio na última missão de reparos do mesmo, a Câmera Avançada para Pesquisas.

O objeto não está no aglomerado, mas situado bem depois dele. Abell 2218 foi simplesmente usado como uma "lente gravitacional" - um objeto em primeiro plano que pode aumentar a luz de um objeto que está muito mais distante.

Lentes gravitacionais são um extraordinário truque astronômico, pensado pela primeira por Einstein, e que permitem que cientistas examinem regiões do universo que estejam a 13 bilhões de anos-luz de distância.

Era das trevas

"O novo objeto é um pequeno e compacto sistema de estrelas", disse Ellis. "Ele está formando estrelas extraordinariamente e é uma fonte energética, então ele pode ser um exemplo de um objeto de épocas antigas (antes da "era das trevas") e é o primeiro de seu tipo a se formar no universo."

O termo "era das trevas" foi cunhado pelo astrônomo inglês Martin Rees para denominar o período da história dos cosmos em que átomos de hidrogênio foram formados pela primeira vez, mas antes da formação das estrelas.

Ninguém sabe exatamente quanto tempo essa fase durou, e o estudo detalhado das fontes cósmicas que fizeram com que esse período chegasse ao fim é considerado a melhor conquista da cosmologia moderna.